Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

E "Ô" ou "O" (Ricardo Mello)




Se fecha bem é catota
Se abre então é patota
De novo e aperta e é gota
Outra vez solta e faz bota

As letras mudam de som
Tem muitos tons nossa voz
Seja fechada ou aberta
Elas só partem de nós



Fechou e pronto é agosto
Retorna a abrir já é aposta
De novo tranca está posto
Volta a expandir e se gosta

Podia usar um chapéu
Este nosso "O" querido
Quando quisesse se "Ô"
Livrava o mal-entendido

Garota,capota, raposa
Marota, paçoca, esposa

Brincadeiras com as palavras
Sopas de letras amigas
Alimentam nossas almas
Mas não as nossas barrigas


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