Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

DE MIM E DAS COISAS (Dydha Lyra)





Essa solidão, das coisas e de mim,
me angustia.
Desde a falta das cordas para o violão,
ao papel amarelado sem palavras,
à compoteira sobre a mesa posta,
inusitada.
Ah, as ruas solitárias e suas sombras,
os portos à espera de navios,
as almofada sem desenhos
e os bilros sem a rendeira!

Ah, sei lá!
Todas essas coisas,
essas besteiras
que povoam a vida,
que incendeiam o estático momento,
que norteiam o viver,
nas ações/reações.

São, assim,
sobremaneira:
o espaço tênue entre a luz e a sombra,
o vazio entre o copo e a bebida,
a proximidade entre a morte e a vida.

O odor,
a cor da rosa,
a pálida margarida.
Mãos postas sem oração,
o exílio dos loucos na solidão,
os laços que apertam o coração,
as saudades das pessoas queridas,
o corte, as partes divididas,
a inesperada rachadura na parede.

A busca, o encontro.
A dolorosa despedida,
que amordaça e cala
o meu grito,
silenciando em mim
a própria vida!


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Maceió/12 outubro.

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