Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

UMA COISA É FAZER VERSO, OUTRA É FAZER POESIA (Affonso Romano de Sant'Anna)



“Uma coisa é fazer verso, outra é fazer poesia. Para fazer versos basta uma certa técnica e uma certa prática, e habitua-se a rimar e metrificar a fala. Poesia é outra coisa. Em grego o termo poeta é sinônimo de inventor e nas comunidades primitivas o vate era o indivíduo possesso que proferia a verdade. Poeta, portanto, como eu e muita gente entende, é o indivíduo que, utilizando-se da linguagem, produz um pensamento que revela e seduz.
Revela, no sentido que fez emergir algo que estava oculto na aparência prosaica  dos fatos cotidianos. Seduz, no sentido que o jogo encantatório da linguagem tem um objetivo de conduzir o outro a uma epifania ou revelação.”
                                                  Afonso Romano de Sant’Anna
                                   *Psicologia Atual – Ano V nº 28 out. 1982     

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