Vida Subjuntiva (Emanuel Galvão)

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Foto: Eduardo Matysiak / Futurapress / Folhapress E se essa rua fosse minha E se a gente brincasse E se a bola ninguém furasse E se nossa trave seu João não chutasse Se na pistola ninguém pegasse Se o policial no menino preto não atirasse   Se essa rua fosse minha E nela ninguém mandasse Parar, quando a gente passasse E os documentos mostrasse E nossa mão se levantasse E nossa voz não calasse   Se essa rua fosse minha E a gente se rebelasse Entendendo a luta de classe E da política analisasse Sua cruel e podre face E acabasse o disfarce Atacando quem atacasse A gente multiplicasse E por força desse repasse Toda opressão cessasse   E se essa rua fosse minha Não tua! Eu não morava na rua Eu não dormia na praça Não mostrava a pele nua Não vestia a minha desgraça   Ah! se você entendesse Se você percebesse Se se compadecesse E intercedesse E retrocedesse   Talvez meu mundo Não fosse tão im...

SE NÃO TIVESSE SIDO AGORA (Adriana Moraes)



Se não tivesse sido agora, faria ter sido antes
É que todo homem diante do amor treme
Eu não, eu sou diferente, sou mulher!
Fraca, fresca, fria, fútil...nada disso,
Forte, fogosa... Faminta!
Mulheres até choram, mas nunca tremem...


Homens... Ah, esses sim!
Todo homem chora diante da morte.
Valorosos, viris, vistosos, vorazes...não!
Vis, vãos, vacilantes...
Se tivesse sido antes...não estaria pronta.
Toda mulher diante do parto é mãe.
Generosa, geradora, genitora ...gente.
Todo homem diante do parto é menino...
Sêmen, semente, sedutor...sexo.
Se não estivesse pronta... não teria sido agora.
Porque toda morte diante da mulher treme,
Porque todo amor diante do homem chora!



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Comentários

  1. Adriana,
    - sensível e sagaz, nos brinda com uma de suas poesias mais contudente,e revestida de um teor lírico não contumaz a essas plagas.

    abração,
    Dydha Lyra

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