Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

METÁFORAS (Emanuel Galvão)



À Massimo Trosi e Pablo Neruda

Ele me diz coisas que me intrigam...
Depois descobri, que eram poesias
- metáforas –
Metáforas são sempre melhor
Que mentiras.
O meu sorriso para ele
Nunca são lábios entreabertos
No prazer da alegria
É sempre uma alegoria
Algo sublime na natureza
Algo pra depois ele poder
Beijar, desejar, morder...
Tudo parece ter, a seus olhos
Tanta e incomum beleza...
As palavras me penetram
E vão a lugares que ninguém
Nunca visitou
Como se eu fosse virgem
Não, na carne
Mas, na alma
Tudo o que me diz
Tira-me: O sossego, o tino, a calma
Mas, não é ruim não!
Quando um homem começa
A lhe tocar com palavras
Não está longe de lhe tocar
Com as mãos.

(Emanuel Galvão - Livro Flor Atrevida - Quadriofficce)

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