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O Beijo (Elsa Moreno)

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O Beijo de Gustav Klint (fragmento) Eu acho que os beijos são dados na boca porque é onde brotam as palavras. Se eu te beijasses a ponta dos dedos, estaria buscando uma carícia; se te beijasse a sola do sapato, estaria buscando um caminho. Se te beijasse as pálpebras enquanto dormes, estaria pedindo permissão para entrar nos teus sonhos, mas estou te beijando os lábios, porque quero ouvir minhas palavras saírem de ti, outra vez. Se te beijasse a planta dos pés, buscaria um passo em falso. Se te beijasse a parte interna do cotovelo, buscaria teus esconderijos. Se te beijasse a sombra, não saberia o que busco, mas estaria tão perto. Se te buscasse essa noite, beijaria cada estranho até te encontrar. Outra vez. Se eu te beijasse, seria como algo escorregadio sobre uma tela de carne que transborda e se espalha pelas vigas da minha casa. Subiria escorregadia por um muro, separando a pele da carne que se injeta em uma estrutura impessoal chamada nome. Estaria consumida antes mesmo de abrir ...

Colombina (Ed Motta / Rita Lee)

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Se você voltar pra mim, Juro para sempre ser arlequim E brincar o carnaval Viver uma fantasia real Sou um triste pierrot mal-amado Mestre-sala desacompanhado Um bufão no salão a cantar... Colombina, hey! Seja minha menina, só minha Bailarina, hey! Mandarina da China, rainha Quero ser seu rei! Um rei momo, sem dono, sem trono Abram alas pro amor! Minha vida sem você É uma canção de amor tão clichê O meu "bem-me-quer" não quis Fez de mim um folião infeliz Sou um triste pierrot mal-amado Mestre-sala desacompanhado Um bufão no salão a cantar... Colombina, hey! Seja minha menina, só minha Bailarina, hey! Mandarina da China, rainha Quero ser seu rei! Um rei momo, sem dono, sem trono Abram alas pro amor! * Click e ouça a Música! Versão Acústica

Deusas do Cotidiano (Sérgio Vaz)

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O nome dessas mulheres eu não sei, não lembro e nem preciso saber. São nomes comuns em meio a tantos outros espalhados por esse chão duro chamado Brasil. Mas a maioria conheço bem, são donas de um mesmo destino: as miseráveis que roubam remédios para aliviar as angústias dos filhos. É quando a pobreza não é dor, é angústia também. São as ladras de Victor Hugo. Donas da insustentável leveza do ser, as infantes guerreiras enfrentam a lei da gravidade. Permanecem de pé ante aos dragões comedores de sonhos que escondem na gravidade da lei. Das trincheiras do ninho enfrentam moinhos de mós afiadas para protegerem a pança dos pequeninos. São as Quixotes de Miguel de Cervantes. Místicas, não raro, estão sempre nuas em sentimentos. Quando precisam, cruas, esmolam com o corpo, e se postam à espera do punhal do prazer que cravam no seu ventre. È quando o prazer humilha. São as habitantes do inferno de Dante. Rainhas de castelos de madeiras, sustentam os filhos como príncipes, e o...

Céu da Boca (Emanuel Galvão)

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Um beijo em teu sorriso!  Este portal da alegria Onde o sol nasce e se  põe, E, mesmo quando choras,  As chuvas de  tuas lágrimas Fazem-se arco-íris Com a luz resplandecente Do teu belo  sorriso. Este portal da alegria, Que  guarda, mas não oculta As estrelas cálidas, Que  espalham-se pelo  céu, Espelhando todo suntuoso universo  Da tua boca. Tal sorriso,   Só poderia ser  emoldurado Por tão carnudos lábios, Lapidados pelo  próprio Eros:  Lúbricos de  mel. E, em meio à fantasia  Deliro em cócegas,  Que  tua língua Faz em minha alma. Esse  palácio lascivo  Que são os teus lábios,  Traz-me o inefável prazer  Que  habita em teu beijo. E, quando neste universo De mel, singularidade e  fantasia  Finalmente, sinto-me amplo. E, no teu céu, Atinjo o êxtase de  brincar, De procurar e...

A Borboleta e a Menina! (Zealberto)

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A borboleta amarela veio da rosa pra mim, em minha mão calejada deixou olor do jasmim, um momento comovente que só se vê num jardim. A borboleta e a rosa se confundem na folhagem, uma nasce perfumada, outra parece miragem, uma vive no jardim a outra está de passagem. A menina acompanhou aquela cena tão bela desejando criar asas e sair pela janela beijando todas as flores qual borboleta amarela. Copyright © 2008 By Zealberto All rights reserved Click e veja mais do AUTOR

José Alberto Costa (Biografia)

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JOSÉ ALBERTO COSTA nasceu em Paulo Jacinto-AL em 21 de maio de todos os anos (segundo ele mesmo). Gosta de se auto-apresentar com  o verso de *Geir Campos: "Operário do canto, me apresento / sem marca ou cicatriz, limpas as mãos, / minha alma limpa, a face descoberta, / aberto o peito, e - expresso documento - / a palavra conforme o pensamento".   Como funcionário concursado do Banco do Estado de Alagoas, onde permaneceu por 30 anos, chefiou na Assessoria de Comunicação/Marketing. Foi Secretário de Comunicação Social do Governo do Estado de Alagoas (1982/1983). Trabalhou nos jornais: “Diário – Alagoas”, nos semanários “Extra-Alagoas” e “Repórter Semanal”. Fez outros trabalhos freelance para jornais e revistas. Durante dois anos escreveu uma coluna no semanário “A Notícia”. É consultor de texto das revistas “VenhaVer” e “Alagoas S.A” e do Conselho Editorial do jornal “O Dia”. Membro efetivo da Academia Maceioense de Letras e da Associação Alagoana de Imprensa...