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Mostrando postagens com o rótulo poesia

Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

A Palavra Pessoa (Emanuel Galvão)

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Andei por ai à cata de palavras como quem anda à procura de um amigo para preencher o vazio da solidão. Dei-me conta do perigo desse despertar tardio dessa sonâmbula solução. Precisa-se de um amigo em pessoa -"a palavra pessoa hoje não soa bem, pouco me importa"-* Amigo é aquela pessoa com a qual a gente pode contar sem saber matemático, dividir momentos, somar ideias e ideais, multiplica-los e até subtrai-los, chorar e rir até não poder mais. Amiga é aquela pessoa que diz verdades dolorosas e mentiras saborosas mas nem sempre nessa ordem adjetiva os faz. Amiga é aquela pessoa que nunca repara na desordem da nossa casa, mas olha sempre, a da nossa vida. Tem sempre uma palavra de acolhida ou um silêncio que fala tudo... amigo diz e fica mudo. Amigo perdoa também. Perdoa até o que não tem perdão, amigo, perdoa ingratidão. Amigo é algo que não precisa de explicação, basta a alegria de estar perto, amigo é um oásis no deserto é a

Edna do Mar (José Minervino Neto)

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Para Edna Constant É de na beira do mar tanto morar Que de olhar já sabia nosso amor É de na beira do mar tanto morar Que a espraiar em sonho me levou É de na beira do mar tanto morar Que sua casa é arte da maresia É de na beira do mar tanto morar Que Edna navega com alegria Maceió, 15/07/18 Copyright © 2018 by José Minervino Neto All rights reserved.

A Voz do Solo (Italmar Lamenha de Albertim)

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Queima sol, Esse chão sofredor; Sopra vento, Pra aliviar minha dor. Já não sei a que vim, Se nada produzo ou crio... Será castigo pra mim, Ou apenas desafio? Não chores tanto menina, Não tenhas mágoa de mim; Tua vaquinha morreu? Foi Deus que quis assim. Não tenho culpa da fome Que matou tua malhada; A árvore também está triste, Porque está desfolhada. Se matar a minha sede Tua lágrima pudesse, Viveria na fartura Quem tanto hoje padece. Vamos ter fé no Pai Que criou o universo; Que Ele entenda e perdoe O meu desabafo em verso. Copyright © 2018 by Italmar Lamenha de Albertim All rights reserved.

Soneto "Flor de Laranjeira" (Cavalcanti Barros)

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Num álbum de sonetos vi pedaços, pedaços bem diversos de outras vidas. Vi almas suspirando doloridas, e de amarguras vi profundos traços. Em cada página encontrei, esparsos, doridos corações, almas doridas, amor, paixão, saudades incontidas, anseios, beijos, dor, sonhos e abraços. E nessa singular promiscuidade, senti, silente, a dor duma saudade. Outras dores iguais também senti, Como se fosse um espelho desta vida, eu vi minh'alma, inteira, refletida naqueles versos que em suspiros li. José Cavalcanti Barros é procurador aposentado, jornalista, poeta, membro efetivo da Academia Maceioense de Letras e da Academia Maçônica de Letras. O soneto acima faz parte do livro "Tempo de Agora"

Namoro (Emanuel Galvão)

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Nesse meu ofício de casar palavras, fica um tanto difícil casar, sem promover o namoro. Para escrever eu quase que devoro, livros, letras, lugares, pessoas, poesias, pomares e como trama os enlaço sem nem pensar no cansaço, pra promover o encontro, com carinho e com decôro às vezes ao dicionário peço urgente socorro. Juntar letra com letra, sílaba com sílaba, pra fazer uma oração, com sujeito e predicado, não há mesmo quem consiga, sem verbo, sem coração e um pouquinho de cuidado. Pra fazer essa união tem que estar enamorado! Para que o escrito prossiga, palavra com palavra, pra elas se amasiarem... não há mesmo quem consiga, sem o aconchego do namoro, pra só depois, se casarem. Para quem agora tá amando ou pra qualquer conquistador: Romântico, cético, desconfiado... - entre as palavras - Vejam só que curioso! Amigado, ficando, enrolado, amancebado, e até mesmo casado... - Não tem birra, não tem choro - Só encontrei amor Na palavra nAMOR

Luzes Matinais (Italmar Lamenha de Albertim)

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Vai a noite se escondendo pouco a pouco, Mas, deixando seu orvalho em cada flor, Em cada pétala imortal de toda cor, Que me tortura de saudade e deixa louco. Timidamente vem o sol e se apresenta, Cativando quem se dispõe a conhecê-lo, Seu calor energizante é todo zelo, E já amigo, ao fim do dia se ausenta. É assim com as pessoas que amamos, Quando a morte atroz nos priva do convívio; Seguem as flores que despencam dos seus ramos, Subitamente, como em busca de um alívio; Não mais partilham o mesmo ar que respiramos, Porém, são luzes matinais por quem oramos. Copyright © 2017 by Italmar Lamenha de Albertim All rights reserved. José Ferreira Galvão Neto e Emanuel Galvão

Acordo Cordel (Emanuel Galvão)

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Se não podes julgar-me com equidade Se pensas que nasci com a maldade Negando-me teus braços ou tuas praças Se o que tens para mim são ameaças Se só sabes apontar-me o meu mal Reduzindo a maior idade penal Dezesseis, quinze, talvez dez -O melhor não seria a educação? Se não pode socorrer-me com tuas mãos Por favor não me pise com teus pés! Se erguer minha voz é mimimi É porque não estás disposto a ouvir Nosso grito abafado e secular E a teu ponto de vista macular Essa mãe, essa filha, irmã, amiga “Que por vezes fala, mas não briga”  Nossa voz é medida em decibéis? -“As mulheres a honrosa submissão”! Se não podes socorrer-me com tuas mãos Por favor não me pise com teus pés! Tu discutes, da minha pele o tom Se é preta, parda ou marrom E o mais claro é claro te apetece Não discutes, claro, o que acontece Do velado, costumeiro preconceito Que coloca na cor da pele o defeito E a rica discursão, num plano rés -Eu sou de ne

Tributo à mulher (Cícero Manoel)

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                                              Mulher eu te enalteço Pela tua valentia, Pela tua inteligência, Pela tua maestria, Por todos os teus conceitos Na luta por teus direitos Que cresce a cada dia. Mulher tu és corajosa, Mereces muito respeito, Nunca deixes de lutar, Lute, pois é teu direito. És uma grande guerreira, Mulher a tua bandeira Eu boto em cima do peito. O homem é teu dependente, Sem ti ele não é nada. És rainha da beleza, És uma flor delicada. A criação mais formosa A joia mais preciosa A deusa mais venerada. Pra governar o mundo Mulher, tu tens vocação, Governas melhor que o homem Em qualquer repartição, Nos milagres do poder Somente tu podes ser Nossa grande salvação. Tu tens bastante talento, Tudo tens imenso valor, Na terra tu és o ser Que inspira mais amor. Da luta nunca desista Nesse mundo tão machista Tu não és inferior. O homem não é teu dono, Tenho pena dos teus ais,

Velho Porto (Dydha Lyra)

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Em nossas vidas, o acaso se permite a todo instante. E algumas coisas não foram tanto assim. Lembro que olhaste nos meus olhos,... cansada de viagem