Vida Subjuntiva (Emanuel Galvão)

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Foto: Eduardo Matysiak / Futurapress / Folhapress E se essa rua fosse minha E se a gente brincasse E se a bola ninguém furasse E se nossa trave seu João não chutasse Se na pistola ninguém pegasse Se o policial no menino preto não atirasse   Se essa rua fosse minha E nela ninguém mandasse Parar, quando a gente passasse E os documentos mostrasse E nossa mão se levantasse E nossa voz não calasse   Se essa rua fosse minha E a gente se rebelasse Entendendo a luta de classe E da política analisasse Sua cruel e podre face E acabasse o disfarce Atacando quem atacasse A gente multiplicasse E por força desse repasse Toda opressão cessasse   E se essa rua fosse minha Não tua! Eu não morava na rua Eu não dormia na praça Não mostrava a pele nua Não vestia a minha desgraça   Ah! se você entendesse Se você percebesse Se se compadecesse E intercedesse E retrocedesse   Talvez meu mundo Não fosse tão im...

Estrelas Que Escrevem (Ludmilla Abreu)

Não sei ser poetisa

sem ter um céu

Sem olhar pra lua cinza

e Sol – letrar no meu papel

 

Não sei fazer poesias

sem namorar as estrelas

Pra ler as nuvens vazias

eu preciso escrevê-las

 

Só sei ser poeta

e travestir-me de Sol

Sei esquentar na tela

o que não queima o lençol

 

Eu só sei ser aluna

das coisas que o céu reclama

Escrevo, enquanto a Lua

Faz noite em outra cama


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Comentários

  1. Poesia da alma, do encanto e da dor, escrita pelo simples fato da natureza lhe responder com brilhos o que lhe faltou. Muito profunda sua impressão poética! Parabéns...

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