Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Poeminha Vulgar (Emanuel Galvão)


Eu sou um papel higiênico

Todo enrolado

Ali, bem do lado da latrina

As pessoas fazem as merdas...

Eu cumpro o meu papel

O papel, de papel higiênico

Vou lá e limpo a merda que fizeram

Daí, tudo bem... pra eles.

Mas, um pedaço de mim

Fica na lixeira.

Eles vão me consumindo...

Fazendo outras merdas...

Mais um pedaço de mim...


Deus que me perdoe

A lágrima que inunda meu ser

Meu ser desapontado...

Eles não usam papel molhado.


Copyright © 2007 by Emanuel Galvão
All rights reserved. do livro Flor Atrevida
pag. 72 - Editora Quadri Office

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