A ansiedade toma conta do meu corpo...
Espero que teus ditos machuquem minha alma
ou provoque gozo.
Não entendo a demora das palavras...
Mas, acredito que ao ler-me...
pretensiosamente teu membro responda,
e o sêmen seja a tinta das tuas letras
e apresente em mim
um desejo incontrolável de comer tuas frases
e de vê-lo.
(S.L.)
A tua nudez me fascina,
E ao ver-te nua de forma tão traquina,
Lanço fora as vestes de minha timidez,
Para escrever com lábios em tua linda tez.
A lascívia, assim como o desejo
Não convêm aos sábios...
Prova então da língua, cheia de desejo,
Louca e sem palavras, nos teus grandes
E pequenos lábios.
Quase sinto o gosto do verbo em carne viva
Pois que paixão tentadora, voraz e tão lasciva
Não tem que ter senso, tampouco pejo,
Entrego então meu corpo, todo ao teu desejo.
Ao ver-te nua... Visão do paraíso...
Não sei se faço verso, trovo, improviso
Eu, no entanto, emudeço, calo
Não sei o que digo... No entanto o falo...
Ergue-se aflito, anseia pelo gozo,
Aplaude-te de pé, num frenesi jocoso.
Pretensiosamente meu membro te responde.
Não sei quando, tampouco onde,
Mulher lânguida, bela, deslumbrante e nua,
Perigosamente sedutora lua,
Tão cheia de fogo, de força, de fases
- O meu corpo é verso quase inefável -
Vem com teu desejo, ardente, incontrolável,
De provar o gosto de comer minhas frases...
Copyright © 2015 by Emanuel Galvão
All rights reserved.
Elogio ao Desejo & Outras Palavras / Emanuel Galvão,
Maceió - AL. - Quadrioffice Editora, Quatro Barras, PR, 2015.
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