Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Discurso Pré-fabricado Para Uso dos Passivos (Paulo Miranda Barreto)



Já não entro em briga de foice e martelo
em briga de galo , de cachorro-grande
de vermelho sangue e de verde-amarelo. . .
Prefiro deixar que meu furor se abrande

Dei de observar de longe o desmantelo
‘pacificamente’ . . . qual filho de Gandhi
qual João-sem-braço ou delicado dândi
(Politicamente correto . . . sem sê-lo)

Evito o confronto, o debate, o tumulto
me esquivo do bruto, do louco, do irado
do pobre e coitado, do abastado e culto
do justo, do injusto . . . e do desajustado

Eu, de indignado, destemido e astuto
passei a ser manso, zen e conformado. . .
Fui bravo soldado . . . mais que resoluto
Hoje, já não luto . . . Só espero sentado



que o absoluto mal seja extirpado. . .
e que o injustiçado receba o indulto.


Paulo Miranda Barreto - Este trabalho está licenciado
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