Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

Imagem
Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

A formalística (Adélia Prado)


O poeta cerebral
tomou café sem
açúcar
e foi pro gabinete
concentrar-se.
Seu lápis é um bisturi
que ele afia na pedra,
na pedra calcinada
das palavras,
imagem que elegeu
porque ama a
dificuldade,
o efeito respeitoso
que produz
seu trato com o
dicionário.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BORBOLETAS (Mario Quintana)

TERCETOS (Olavo Bilac)

Essa Negra Fulô (Jorge de Lima)

A Reunião dos Bichos (Antônio Francisco)

Se Voltares (Rogaciano Leite)

Eu Te Desejo (Flávia Wenceslau)

Felicidade (Vicente de Carvalho)