Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Norte, não! NORDESTE! (Felipe Chaves Guimarães)



Nascido em Maceió/Alagoas, quis a vida me levar, me alfabetizar e me criar na Ponta da Praia/Santos/São Paulo. Cresci como aqueles meninos que moram no “Sul” de um Brasil que me diziam que era dividido em somente duas regiões.


Depois a vida mudou de ideia e me levou de volta pro “Norte”. E nessa volta pra casa, fui recebido por Fabiano (Graciliano Ramos), Severino (João Cabral de Melo Neto) e pela dupla Chicó e João Grilo (Ariano Suassuna). O quarteto me deu logo uma tapa tão bem dada que aprendi num instante a chamar porrada de lapada. E aprendi a berrar aos outros: Norte não! NORDESTE!

Foi num almoço de domingo, na casa do meu avô Tó, que eu peguei emprestado “Vidas Secas”, “Morte e Vida Severina” e “Auto da Compadecida”. E já se foram quase 15 anos daqueles dias em que esses três livros fizeram eu me (re)conhecer.

Já faz um tempo que Graciliano foi brincar com baleia (1953) e que João Cabral terminou sua jornada beirando o rio (1999). Agora foi a vez de Ariano, que encontrou a pouco com a sua Compadecida.

Dos três, a morte de Ariano é a que estou vendo. E vivendo.

Em nome do mestre que hoje se foi, agradeço demais aos outros dois. Estes três nordestinos me fizeram ser. Ser-tão!







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