Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Discurso Pré-fabricado Para Uso dos Passivos (Paulo Miranda Barreto)



Já não entro em briga de foice e martelo
em briga de galo , de cachorro-grande
de vermelho sangue e de verde-amarelo. . .
Prefiro deixar que meu furor se abrande

Dei de observar de longe o desmantelo
‘pacificamente’ . . . qual filho de Gandhi
qual João-sem-braço ou delicado dândi
(Politicamente correto . . . sem sê-lo)

Evito o confronto, o debate, o tumulto
me esquivo do bruto, do louco, do irado
do pobre e coitado, do abastado e culto
do justo, do injusto . . . e do desajustado

Eu, de indignado, destemido e astuto
passei a ser manso, zen e conformado. . .
Fui bravo soldado . . . mais que resoluto
Hoje, já não luto . . . Só espero sentado



que o absoluto mal seja extirpado. . .
e que o injustiçado receba o indulto.


Paulo Miranda Barreto - Este trabalho está licenciado
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