O Beijo (Elsa Moreno)

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O Beijo de Gustav Klint (fragmento) Eu acho que os beijos são dados na boca porque é onde brotam as palavras. Se eu te beijasses a ponta dos dedos, estaria buscando uma carícia; se te beijasse a sola do sapato, estaria buscando um caminho. Se te beijasse as pálpebras enquanto dormes, estaria pedindo permissão para entrar nos teus sonhos, mas estou te beijando os lábios, porque quero ouvir minhas palavras saírem de ti, outra vez. Se te beijasse a planta dos pés, buscaria um passo em falso. Se te beijasse a parte interna do cotovelo, buscaria teus esconderijos. Se te beijasse a sombra, não saberia o que busco, mas estaria tão perto. Se te buscasse essa noite, beijaria cada estranho até te encontrar. Outra vez. Se eu te beijasse, seria como algo escorregadio sobre uma tela de carne que transborda e se espalha pelas vigas da minha casa. Subiria escorregadia por um muro, separando a pele da carne que se injeta em uma estrutura impessoal chamada nome. Estaria consumida antes mesmo de abrir ...

'Comprometa-se Com a Felicidade' (Marla de Queiroz)


A vida não é fácil. Ninguém nos garantiu que seria. Viver exige esforço, gratidão e autoconhecimento para ser mais leve. Autopiedade não tira ninguém da tristeza. A culpa e o arrependimento não mudam o passado. O que pode ser feito daqui para frente é onde mora o crescimento. Sofrimentos podem ser grandes ensinamentos e não motivos para lamentações infindáveis. Ter pena de si mesmo é um grande autodesprezo porque não temos pena de quem admiramos. A solitude é saudável. A solidão vicia e só nos invade quando não somos solidários. Pedir ajuda é um ato de humildade, mas não espere que o Outro resolva as coisas para você: até para levantar da cama diariamente, é necessário um esforço próprio. Temos em nossas mãos o poder da superação, do renascimento. A ansiedade nos deixa preocupados, a ação nos ocupa e nos faz produtivos. E o amor, este precisa alcançar dimensões muito maiores, começando por incluir nós mesmos através do perdão. Quando não estamos nos gostando, estamos agindo destrutivamente e cavando o nosso próprio desconforto. Ninguém é responsável por isto. Uma relação afetiva pode ser a experiência mais bonita ou a mais nociva. Tudo depende dos valores que desenvolvemos e das coisas que acreditamos merecer. Não aceite menos do que você merece: sinceridade, cuidado, carinho, paciência, compreensão, credibilidade, apoio, amor. Preserve-se, mas aceite as mudanças com a curiosidade que as crianças têm: confiando na vida, no mundo, nas pessoas e na sua BOA SORTE. Nada e ninguém têm o poder de te ferir, além de você mesmo. Comprometa-se com a felicidade: ela orientará o seu coração.

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