Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Ao Góes (Emanuel Galvão)



“Plantei um pé de saudade
E nunca mais ele morreu”
                           mgóes


Ele vivia
driblando a solidão
mente sã
corpo não

era do tipo de poeta
que costura versos
com a linha do equador
eu costurei seus versos
num poema de amor


sua poesia nasceu para sentir,
e hoje mais do que nunca sente...
e sente muito
sua ausência
e Deus lhe deu
de presente um
pedaço de céu azul
escrito em baixo:

estrelado para cima.

ele que era como Deus
só que as avessas
escrevia torto
por linhas retas
foi recebido
por antigos poetas
e escritores:
Ascenso Ferreira,
Hermilo Borba Filho,

fez bonito frente
aos conterrâneos
Juarez Correia,
Luiz Berto

a doença ao Góes
entregou...
um poeta liberto.


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