Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Outro Natal (Paulo Miranda Barreto)



outro Natal se passou
igual a outros iguais. . .
’Jesus nasceu, sofreu, ressuscitou
deixou-nos sua Luz . . . não voltou mais’

faz muito tempo . . . e, o que se transformou?
ainda guerreamos . . . pela paz . . .
não nos amamos mais do que Ele amou . . .
seguimos egoístas . . . imorais

alheios às Lições que Ele ensinou. . .
e cheios desse orgulho contumaz
que o Cristo, claramente condenou . . .
(por bem saber o mal que ele nos faz)

em nossos corações . . . o que vingou?
o amor de Deus? o fel de Satanás?
após dois mil Natais . . . nada mudou
(seguimos libertando . . . Barrabás).


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*Ilustração de Pawel Kuczynski

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