Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Se Voltares (Rogaciano Leite)


Como sândalo humilde que perfuma
O ferro do machado que lhe corta,
Eu hei de ter minha alma sempre morta
Mas não me vingarei de coisa alguma.

Se voltares um dia à minha porta,
Tangida pela fome e pela bruma,
Em vez da ingratidão, que desconforta,
Terás um leito sobre um chão de pluma.


E em troca dos desgostos que me deste,
Mais carinho terás do que tiveste,
E os meus beijos serão multiplicados.

Para os que voltam pelo amor vencidos,
A vingança maior dos ofendidos
É saber abraçar os humilhados.



Comentários

  1. Obrigado morena, sua visita é uma agradável alegria! Volte sempre!

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  2. Grande Rogaciano Leite. Poeta que conheci em minha infância, quando de sua permanência por alguns dias em Paulo Jacinto e que, desde então, passei a admirar.

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  3. Adoro recitar esse poema nas
    noites de lua no sítio de meus pais. A minha mãe de 87 anos
    pega o violão e começa a tocar. As irmãs cantam e eu recito algumas poesias para

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  4. Centenario Rogaciano Leite página facebook

    #RogacianoLeite

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