Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

BRAZILEIRÍSSIMA (Paulo José Gonçalves)




            Corria ela, a beira-mar, incandescente, tumbante, luzente. Cabelo laranja, cor-cobre, coisa assim.  Camisa preta, letras branco-prateadas, escrito “stop”.  Saia de marca, calcinha Du’Loren, azul escoarente.  Salto ponta-de-agulha, chiclete na boca.  Na boca um batom vermelho escuro.  Na face uma luz pálida.   Inconsciente.  Tiro no peito.   Asas na alma.  Morreu calada, quase impura. Tão brasileira.


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