Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)


Catástrofe ambiental provocada pela Braskem

[[UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA]


Um monstro flui nesse poema

feito de úmido sal-gema.


A abóbada estreita mana

a loucura cotidiana.


Pra me salvar da loucura

como sal-gema. Eis a cura.


O ar imenso amadurece,

a água nasce, a pedra cresce.


Mas desde quando esse rio

corre no leito vazio?


Vede que arrasta cabeças,

frontes sumidas, espessas.


E são minhas as medusas,

cabeças de estranhas musas.


Mas nem tristeza e alegria

cindem a noite, do dia.


Se vós não tendes sal-gema,

não entreis nesse poema.

          Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

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