Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Invenção de Orfeu [Reino Mineral] (Jorge de Lima)

 

Sal-Gema extraído pela Braskem "mina 18"

REINO MINERAL


Quem te fez assim soturno

quieto reino mineral,

escondido chão noturno?


Que bico rói o teu mal?

Quem antes dos sete dias

te argamassou em seu gral?


Quem te apontou pra onde irias?

Quem te confiou morte e guerra?

Quem te deu ouro e agonias?


Quem em teu seio de terra

infundiu a destruição?

Quem com lavas em ti berra?


Quem te fez do céu o chão

Quieto reino mineral?

Quem te pôs tão taciturno?


Que gênio fez por seu turno

antes do mundo nascer:

a criação do metal,

a danação do poder?


          Invenção de Orfeu, Canto Primeiro, XI

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