Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

Imagem
Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Serra da Barriga (Emanuel Galvão)



Zumbi do alto da serra da barriga
Não se entregou, nem se atirou.
Zumbi foi traído e degolado
E o foi, para ficar calado,
Mas seu ideal não calou.
Palmares não foi lenda
Palmares foi realidade.
Palmares não foi apenas berço
Mesmo que o preto ou o branco
Não compreendam
Sua luta para além da eternidade.
Palmares não foi apenas berço,
Palmares foi ama de leite,
Foi colo e barriga,
Serra que ainda hoje abriga
Sonhos de liberdade!

*Do livro Elogio ao Desejo & Outras Palavras (página 101)

Copyright © 2015 by Emanuel Galvão
All rights reserved.

*Foto Genisete Lucena Sarmento

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BORBOLETAS (Mario Quintana)

TERCETOS (Olavo Bilac)

Essa Negra Fulô (Jorge de Lima)

A Reunião dos Bichos (Antônio Francisco)

Se Voltares (Rogaciano Leite)

Eu Te Desejo (Flávia Wenceslau)

Felicidade (Vicente de Carvalho)