Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacienñtes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

XVII (Guilherme de Almeida)




Eu em ti, tu em mim, minha querida,
nós dois passamos despreocupados,
como passa, de leve, pela vida, 
um parzinho feliz de namorados.

E assim vou, e assim vais. E, assim, unida
à minha a tua mão, de braços dados,
assim nós vamos, como quem duvida
que haja, no mundo, tantos desgraçados.

Um dia, para nós - não sei... quem sabe? - 
é bem possível que tudo isto acabe,
que sejas mais feliz, que eu fique louco...

Mas nunca percas, nunca mais, de vista
aquele moço sentimentalista
que te quis muito e a quem quiseste um pouco!

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