Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

VELHA MANJEDOURA (Luciano Barbosa)




  Noite fria e escura; céu tão triste.
Tanto silêncio: as ruas estão de luto,
A lua e estrelas lançam um brilho bruto,
Quase parece que o viver não existe.

O vento nada tinha de contente.
As árvores, quietas, pareciam mortas.
Das casas quase não se vêem as portas
Pela falta de luz em sua frente.

Quanta paz, quanta treva, quanta esperança;
Palhas amontoadas tornam-se leito,
Tudo no mais sublime amor é feito,
Para a chegada da Vida e da Bonança.

Tão Rico, mas por nos amar, fez-se pobre;
Por ser luz, foi melhor nascer nas trevas;
Um Rei nascido sobre secas ervas;
Velha manjedoura, que local tão nobre
 

Que rude local: escuro e de oculta ternura,
Esquecido pelo riso, sujo e apertado.
Meu coração é tão qual assemelhado,
Espera essa Luz Eternamente pura.

Copyright © 2001 by Luciano Barbosa
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