Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Prometo Perder (Pedro Chagas)

 


«A nudez dói muito sobre aqueles que só se suportam cobertos.»

 

Assim, sem mais nem menos, ele, armado ao pingarelho, disse-lhe o que

pensava. Ela parou, olhou-o sem mexer um músculo da cara, estendeu a mão

de forma educada e apresentou-se.

 

«Suzana, com z. Mas podes tratar-me por quero-te.»

 

Ele sorriu, estendeu a mão, cumprimentou-a de volta e fez o que as

regras da boa educação exigem.

 

«Daniel, com tesão. Mas podes tratar-me por anda comigo para casa.»

 

Ambos obedeceram.

 

Trecho do livro de crônicas Prometo Perder

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