Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

Imagem
Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Teus Olhos Negros, Tua Tez Morena (Carlos Manuel Arita)



Fascina-me a brancura da açucena
- as flores alvas são as mais bonitas -
mas me atraem com forças infinitas
teus olhos negros, tua tez morena.

Como as flores, também, casta e serena,
aos desejos de amar, por certo, incitas,
porém só vejo, em ânsias vãs, aflitas,
teus olhos negros, tua tez morena

e se adorar-te fosse a minha pena,
arrastaria tudo, humildemente
(a alma, livre da angústia que a condena),

para ter-te afinal sempre presente,
amaria em silêncio, eternamente,
teus olhos negros ... tua tez morena.

(Honduras 1912 - 1989)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Essa Negra Fulô (Jorge de Lima)

BORBOLETAS (Mario Quintana)

Se Voltares (Rogaciano Leite)

ESCUTATÓRIA (Rubem Alves)

Antepasto (Antônio Miranda)

Gritaram-me Negra (Victoria Santa Cruz)