Vida Subjuntiva (Emanuel Galvão)

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Foto: Eduardo Matysiak / Futurapress / Folhapress E se essa rua fosse minha E se a gente brincasse E se a bola ninguém furasse E se nossa trave seu João não chutasse Se na pistola ninguém pegasse Se o policial no menino preto não atirasse   Se essa rua fosse minha E nela ninguém mandasse Parar, quando a gente passasse E os documentos mostrasse E nossa mão se levantasse E nossa voz não calasse   Se essa rua fosse minha E a gente se rebelasse Entendendo a luta de classe E da política analisasse Sua cruel e podre face E acabasse o disfarce Atacando quem atacasse A gente multiplicasse E por força desse repasse Toda opressão cessasse   E se essa rua fosse minha Não tua! Eu não morava na rua Eu não dormia na praça Não mostrava a pele nua Não vestia a minha desgraça   Ah! se você entendesse Se você percebesse Se se compadecesse E intercedesse E retrocedesse   Talvez meu mundo Não fosse tão im...

Céu da Boca (Emanuel Galvão)



Um beijo em teu sorriso! 
Este portal da alegria
Onde o sol nasce e se  põe,
E, mesmo quando choras, 
As chuvas de  tuas lágrimas
Fazem-se arco-íris
Com a luz resplandecente
Do teu belo  sorriso.

Este portal da alegria,
Que  guarda, mas não oculta
As estrelas cálidas,
Que  espalham-se pelo  céu,
Espelhando todo suntuoso universo 
Da tua boca.

Tal sorriso,  
Só poderia ser  emoldurado
Por tão carnudos lábios,
Lapidados pelo  próprio Eros: 
Lúbricos de  mel.

E, em meio à fantasia 
Deliro em cócegas, 
Que  tua língua
Faz em minha alma.

Esse  palácio lascivo 
Que são os teus lábios, 
Traz-me o inefável prazer 
Que  habita em teu beijo.

E, quando neste universo
De mel, singularidade e fantasia 
Finalmente, sinto-me amplo.

E, no teu céu,
Atinjo o êxtase de  brincar,
De procurar estrelas com  a língua.

Copyright © 2007 by Emanuel Galvão
All rights reserved.


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