Última Carta (Emanuel Galvão)
É-me
difícil escrever-te com ternura
Movido
assim por desgastada saudade
Culpando
talvez a desventura
De
tê-la protegido da verdade
Untei
teus lábios com adocicada saliva
E
pus cautela nas mãos despudoradas
Que
promoveram desordens lascivas
Nos
seios de tantas outras namoradas
Quisera
novamente envolver-me em teu leito
Lamber-te
o umbigo, cravar-te os dentes
Mas,
é cruel fingir que arde ainda no peito
A
chama, o fogo dos apetites indecentes
Com
o desejo um passo à frente do remorso
Amei-te no leito, mas
no peito, já não o posso.
Copyright © 2007, 2012, Emanuel Galvão.
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