MEUS ESTIMADOS AMIGOS - DIA DO POETA (Emanuel Galvão)

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Para começar a semana Visitei meu amigo Mário Refiro-me ao Quintana E para meu poema  ficar danado de bom Parceria com Drummond Para ele não conter vícios Parceria com Vinicius E ser amigo do rei Nessa grande brincadeira Acompanhei Manuel Bandeira Também entre as pedras Cresceu minha poesia Cresceu com essa menina Grande Cora Coralina Poesia não precisa de motivo Basta ler em Ledo Ivo Quero iluminar de cima Acendendo lampiões Como fez Jorge de Lima Fazer um poema elegante Sofisticado, bacana Como faz o Afonso O Romano de Sant’anna Fazer poesia que arde Como faz Bruna Lombardi Não escrever coisa atoa Como fez Fernado Pessoa Fazer veros de quilate Como o Olavo Bilac Poema que seja casa Grande como uma mansão Como ergueu Gonzaga Leão Poema de morte e vida Severina vida sem teto Trabalhar no mesmo tema Faze grande o meu poema Como João Cabral de melo Neto Poema que a boca escarra E que escreve com a mão Que afaga e apedreja Sem flores e seus arranjos Como fez Augusto dos Anjos E na Can...

POR QUE ALAGOAS SANGRA? (Jeová Santana)


(À memória dos 1.146 assassinatos até o fechamento deste poema)

Porque não ouviu as chaleiras sonoras de Hermeto Pascoal
Porque não sentiu os desgostos de filha de Djavan
Porque não chorou com o mundo coberto de penas de Graciliano Ramos
Porque não leu o cavalo de chamas que lia a mesma página de Jorge de Lima
Porque não dividiu a solidão do morto e da lua de Jorge Cooper
Porque não se espantou com os malabares concretos de Edgar Braga
Porque não se irmanou à bruteza ternura de Jofre Soares

Porque não ouviu o canto denúncia de Bye Bye Brasil de Cacá Diegues
Porque não mergulhou no azul piscina de Carlos Moura
Porque não atentou para os volteios atonais de Chau do Pife
Porque não se ligou no pandeiro nega fulô de Rogério Dias
Porque não deu lugar ao baticum solar de Carlos Bala
Porque não compartilhou o amor aos loucos de Nise da Silveira
Porque não sorriu com a siribobéia de Eliezer Setton
Porque não percebeu a trilha gonzaguiana de Tião Marcolino
Porque não captou os dedos milagrosos de dona Irinéia
Porque não acolheu o varal de versos de Ricardo Cabús
Porque não levou às escolas o corpo-poema de Eliana Kefalás
Porque não se enterneceu com a Monalisa da Gato Zarolho
Porque não escutou a fala recital de Chico de Assis
Porque não azeitou os trilhos da Ferrovia Aérea
Porque não sacou o som psicodélico da Mopho
Porque não se entortou à ferragem lírica de Roberto Aureliano
Porque não lançou mão do canto pop-agreste de Wado
Porque não estendeu às quebradas o amor às palavras de Aurélio Buarque.

(União dos Palmares, 12.7/Maceió 13.7.2013)

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