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Mostrando postagens de dezembro, 2012

Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

FELIZ RENOVO (Emanuel Galvão)

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Quando você chegar Eu quero estar... Pois um dia sei que terei ido. Quando você chegar Que seja mais que outros Esperado, amado, querido Feliz.

Síntese da Felicidade (autor desconhecido)

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Desejo a você Fruto do mato Cheiro de jardim Namoro no portão Domingo sem chuva Segunda sem mau humor Sábado com seu amor Filme do Carlitos Chope com amigos Crônica de Rubem Braga Viver sem inimigos Filme antigo na TV Ter uma pessoa especial E que ela goste de você Música de Tom com letra de Chico Frango caipira em pensão do interior Ouvir uma palavra amável Ter uma surpresa agradável Ver a Banda passar Noite de lua cheia Rever uma velha amizade Ter fé em Deus Não ter que ouvir a palavra não Nem nunca, nem jamais e adeus. Rir como criança Ouvir canto de passarinho. Sarar de resfriado Escrever um poema de Amor Que nunca será rasgado Formar um par ideal Tomar banho de cachoeira Pegar um bronzeado legal Aprender um nova canção Esperar alguém na estação Queijo com goiabada Pôr-do-Sol na roça Uma festa Um violão Uma seresta Recordar um amor antigo Ter um ombro sempre amigo Bater palmas de alegria Uma tarde amena Calçar um velho chinelo Sentar numa velha poltrona Tocar violão para alguém

AGENCIA ARS: NOTICIA FINAL DO MISTERIOSO NAZARENO: (Affonso Romano de Sant'Anna)

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URGENTE-I Noticias vindas da Palestina afirmam que, escapando à matança ordenada por Herodes, acaba de nascer ali uma criança assombrosa. URGENTE II: Os Tres Correspondendes Estangeiros presentes ao fato, um da Al-Jazeera, outro da CNN e da Estatal Chinesa estão perplexos! E a NASA pensa que o recém-nascido é um alienígena. URGENTE III: Cientistas decidiram realizar um exame do DNA do recém-nascido e encontraram aí alguns elementos que faltam na maioria dos seres humanos. URGENTE IV: Análises biocelulares do recém-nascido indicam que ele tem 2.012 anos, mas não aparenta tal idade. URGENTE V: Essa criatura des/orientadora lembra o filme com Brad Pitt- “O curioso caso de Benjamin Button”. Ele é o novo e o velho ao mesmo tempo. URGENTE VI: O menino-velho ou o velho-menino foi visto discutindo com os doutores da lei, e parece que a ONU vai convidá-lo para um pronunciamento. URGENTE VII: A excepcional criatura desapareceu depois da discussão com os sábios, não foi à ONU. Dizem q

LENDO IVO (Emanuel Galvão)

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Sinto saudades do que nunca fui, do que deixei de ser, do que sonhei e se escondeu de mim atrás da porta. (Lêdo Ivo) Ledo engano Quem acha que o conhecia Pela via da poesia. Um nome substantivo Para além do próprio Adjetivo: Ledo, Alegre, contente, satisfeito, jubiloso. Quem assim o descreveria? Que não necessita de acento, Para ser um imortal Ter seu assento na academia. Homem do mundo Com alma dos eternos viajantes Sempre de malas prontas Foi abraçar Cervantes. Quem gosta de viagens Respeita as estações Não questiona os preços Das passagens Faz uma leitura das paisagens Aproveita as novas emoções. Sabia que seu eu Estava escondido atrás da porta - E Deus a abriu Completando a esmo O verso – - Vem Ivo! Contempla A imagem de si mesmo Passeia agora em outro universo. Deixa O Ninho das Cobras A Noite Misteriosa... Adentra a porta. Quem parte deixa para traz O peso da carne e das mágoas Ledo, alegre, contente, satisfeito, jubiloso. Deixa também a aparente face de sisudo E abre

SONETO DOS VINTE ANOS (Lêdo Ivo)

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Sol Alagoano - Foto: Thiago Theo Que o tempo passe, vendo-me ficar no lugar em que estou, sentindo a vida nascer em mim, sempre desconhecida de mim, que a procurei sem a encontrar. Passem rios, estrelas, que o passar é ficar sempre, mesmo se é esquecida a dor de ao vento vê-los na descida para a morte sem fim que os quer tragar. Que eu mesmo, sendo humano, também passe mas que não morra nunca este momento em que eu me fiz de amor e de ventura. Fez-me a vida talvez para que amasse e eu a fiz, entre o sonho e o pensamento, trazendo a aurora para a noite escura.

CANTIGA PARA NÃO MORRER (Ferreira Gullar)

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Quando você for se embora, moça branca como a neve, me leve. Se acaso você não possa me carregar pela mão, menina branca de neve, me leve no coração.

AMADO (Vanessa da Mata)

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Como pode ser gostar de alguém E esse tal alguém não ser seu Fico desejando nós gastando o mar Pôr-do-sol, postal, mais ninguém Peço tanto a Deus Para lhe esquecer Mas só de pedir me lembro Minha linda flor Meu jasmim será Meus melhores beijos serão seus Sinto que você é ligado a mim Sempre que estou indo, volto atrás Estou entregue a ponto de estar sempre só Esperando um sim ou nunca mais É tanta graça lá fora passa O tempo sem você Mas pode sim Ser sim amado e tudo acontecer Sinto absoluto o dom de existir, Não há solidão, nem pena Nessa doação, milagres do amor Sinto uma extensão divina É tanta graça lá fora passa O tempo sem você Mas pode sim Ser sim amado e tudo acontecer Quero dançar com você Dançar com você Quero dançar com você Dançar com você

NATAL DE UM PÁRIA (Pedro Onofre)

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- Mamãe, papai Noel é mesmo um bom velhinho? Se ele em verdade existe, assim como é falado, por que não se lembrou de mim, esse enjeitado que pra calçar não tem sequer um sapatinho? E aquela pobre mãe, cabelo em desalinho, o olhar busca esconder, tristonho e marejado do pranto que verteu. Encara com cuidado o filho, preocupada em demonstrar carinho. Tenta expulsar do rosto essa expressão sombria e num sussurro diz ao filho de repente: - Se acaso ele existisse, o que lhe pediria? E a criança ao responder-lhe, incrédula sorri. - Queria que me desse, mãe, como presente. na Noite de Natal, o pai que nunca vi. Este soneto consta do livro “Poesias completas de Pedro Onofre”, lançado dia 22 de dezembro. *Veja mais do autor aqui:  

VELHA MANJEDOURA (Luciano Barbosa)

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  Noite fria e escura; céu tão triste. Tanto silêncio: as ruas estão de luto, A lua e estrelas lançam um brilho bruto, Quase parece que o viver não existe. O vento nada tinha de contente. As árvores, quietas, pareciam mortas. Das casas quase não se vêem as portas Pela falta de luz em sua frente. Quanta paz, quanta treva, quanta esperança; Palhas amontoadas tornam-se leito, Tudo no mais sublime amor é feito, Para a chegada da Vida e da Bonança. Tão Rico, mas por nos amar, fez-se pobre; Por ser luz, foi melhor nascer nas trevas; Um Rei nascido sobre secas ervas; Velha manjedoura, que local tão nobre   Que rude local: escuro e de oculta ternura, Esquecido pelo riso, sujo e apertado. Meu coração é tão qual assemelhado, Espera essa Luz Eternamente pura. Copyright © 2001 by Luciano Barbosa All rights reserved. *veja mais do autor  aqui:

DO ARQUITETO AO ARQUITETO (Emanuel Galvão)

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“E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” João 14:3 Eu te chamei Niemeyer Porque “não é a linha reta, dura, inflexível Criada pelo homem” Que te atrai Mas as linhas sinuosas “Dos rios, das nuvens no céu, da mulher” As linhas que desafiam o impossível As linhas preferidas do meu Pai.

UM BEIJO PODE DIZER TUDO (Emanuel Galvão)

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Quero decifrar sua língua Não sua palavra Um beijo pode dizer tudo E mesmo assim As insidiosas palavras rompem o silêncio Trazendo à tona a fragilidade dos significados Enquanto eu quero saber Dos novos universos Que habitam o céu Da tua boca

FEITO UM HOMEM (Emanuel Galvão)

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Eu sempre o notava Solitário e sério. Às vezes um sorriso cínico. Não sei se me amava. - Seu jeito tão etéreo - Só sei que me fitava E me deixava nua Cada vez que me olhava.

'A CORAGEM' (Norman Vincent Peale)

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                 'Tenha menos receio e mais esperança; coma menos e mastigue mais; choramingue menos e respire mais; fale menos e diga mais; odeie menos, ame mais - e todas as coisas boas serão suas.” Repare que, nele, “tenha menos receio” encabeça a lista das coisas que devemos fazer se quisermos que tudo que é bom seja nosso. Nesta vida, a coragem é uma necessidade absoluta.'

A MORTE DEVAGAR (Martha Medeiros)

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              Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições. Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece. Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.

POETA... (Pinto do Monteiro)

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Poeta é aquele que tira de onde não tem, e bota onde não cabe.