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Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Os ausentes (Martha Medeiros)

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'Dentro da igreja, ajoelhe-se. No estádio de futebol, grite pelo seu time. Numa festa, comemore. Durante um beijo, apaixone-se. De frente para o mar, dispa-se. Reencontrou um amigo, escute-o. Ou faça de outro jeito, se preferir: dentro da igreja, escute-O. Durante um beijo, dispa-se. No estádio de futebol, apaixone-se. De frente para o mar, ajoelhe-se. Numa festa, grite pelo seu time. Reencontrou um amigo, comemore.' Eu não assisti ao programa, mas soube da história. O jornalista David Letterman recebeu Joaquim Phoenix para uma entrevista. O ator fez jus à fama de bad boy: não parou de mascar chiclete e só respondia com monossílabos e grunhidos, não facilitando o andamento da conversa. Letterman tentou, tentou, e como não conseguiu arrancar nada do sujeito, encerrou a entrevista com uma tirada que me pareceu perfeita: “Joaquin, uma pena que você não pôde vir esta noite” . Quando uma pessoa se dispõe a dar uma entrevista, tem que entrar no jogo: responder com generosidade ao

'A Faca da Saudade' (Brás Ivan)

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Acordei sentido angústia desesperado e sem calma senti algo me furando como um espinho de palma, era a faca da saudade cortando a carne da alma.

Fim do Amor (Sergio Vaz)

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Sim, o amor acabou, mas obrigado por ter começado. Fui feliz porque te amei honrado por ter estado ao seu lado, mas ainda que tua boca diga que me ama o silêncio dos teus olhos aflige meu coração.

Desatino (Madalena Sofia Galvão Viana)

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E era noite. O vento entrava de janela adentro e enchia o quarto com um quê de frieza, estranheza. De fato tudo parecia diferente, o vazio se espalhara pelo cômodo e pelo jeito não tinha pretensões de ir embora nem tão cedo, pelo menos até a noite ir primeiro.                     O ruído dos automóveis lá em embaixo era distante, quase que um zumbido. Nem parecia ser na mesma cidade, na mesma hora. Estava separada do zum zum da rua por cinco andares.                 Já passara a hora do ângelus e o friozinho que entrava anunciava uma noite tenebrosa. Do cinzeiro a fumaça do cigarro perdia força. A qualquer momento a porta iria abrir e ela precisava de uma explicação. Os pensamentos se aglutinavam em sua cabeça e pareciam se perderem em meio a um turbilhão de dúvidas.

Outono (Djavan Caetano Viana)

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Um olhar uma luz ou um par de pérolas Mesmo sendo azuis sou teu e te devo Por essa riqueza Uma boca que eu sei Não porque me fala lindo E sim, beija bem Tudo é viável pra quem faz com prazer Sedução, frenesi Sinto você assim, sensual, árvore Espécie escolhida, pra ser a mão do ouro O outono traduzir viver o esplendor em si..... Tua pele um bourbon me aquece como eu quero Sweet home gostar é atual além de ser tão bom... *ouça a música

Os Ombros Suportam o Mundo ( Carlos Drummond de Andrade)

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*             Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.             Tempo de absoluta depuração             Tempo em que não se diz mais: meu amor.             Porque o amor resultou inútil.             E os olhos não choram.             E as mãos tecem apenas o rude trabalho.             E o coração está seco.

Velho Porto (Dydha Lyra)

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Em nossas vidas, o acaso se permite a todo instante. E algumas coisas não foram tanto assim. Lembro que olhaste nos meus olhos,... cansada de viagem