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Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

O PALHAÇO (Emanuel Galvão)

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Ele não era um palhaço, Só queria ser feliz, Fazendo outros felizes. Queria sorrisos, só risos.

MAR (Paulo Leminski)

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aqui nesta pedra alguém sentou olhando o mar o mar não parou pra ser olhado foi mar pra tudo quanto é lado

ESSA QUE EU HEI DE AMAR... (Guilherme de Almeida)

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Mulher Caminhando Poto: Erian Stock Deviantart Essa que eu hei de amar perdidamente um dia, será tão loura, e clara, e vagarosas, e bela, que eu pensarei que é o sol que vem, pela janela, trazer a luz e calor a esta alma escura e fria. E, quando ela passar, tudo o que eu não sentia da vida há de acordar no coração que vela... E ela irá como o sol, e eu irei atrás dela como sombra feliz... —  Tudo isso eu me dizia, quando alguém me chamou. Olhei: um vulto louro, e claro, e vagaroso, e belo, na luz de ouro do poente, me dizia adeus, como um sol triste... E falou-me de longe: “Eu passei a teu lado, mas ia tão perdido em teu sonho dourado, meu pobre sonhador, que nem sequer me viste!”           (De Messidor, 1935)

XVII (Guilherme de Almeida)

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Eu em ti, tu em mim, minha querida, nós dois passamos despreocupados, como passa, de leve, pela vida,   um parzinho feliz de namorados. E assim vou, e assim vais. E, assim, unida à minha a tua mão, de braços dados, assim nós vamos, como quem duvida que haja, no mundo, tantos desgraçados. Um dia, para nós - não sei... quem sabe? -   é bem possível que tudo isto acabe, que sejas mais feliz, que eu fique louco... Mas nunca percas, nunca mais, de vista aquele moço sentimentalista que te quis muito e a quem quiseste um pouco!

A IMPLOSÃO DA MENTIRA (Affonso Romano de Sant'Anna)

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Fragmento 1                Mentiram-me. Mentiram-me ontem                e hoje mentem novamente. Mentem                de corpo e alma, completamente.                E mentem de maneira tão pungente                que acho que mentem sinceramente.                Mentem, sobretudo, impune/mente.                Não mentem tristes. Alegremente                mentem. Mentem tão nacional/mente                que acham que mentindo história afora                vão enganar a morte eterna/mente.                Mentem. Mentem e calam. Mas suas frases                falam. E desfilam de tal modo nuas                que mesmo um cego pode ver                a verdade em trapos pelas ruas.                Sei que a verdade é difícil                e para alguns é cara e escura.                Mas não se chega à verdade                pela mentira, nem à democracia                pela ditadura. Fragmento 2                Evidente/mente a cre