Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

O PALHAÇO (Emanuel Galvão)



Ele não era um palhaço,
Só queria ser feliz,
Fazendo outros felizes.
Queria sorrisos, só risos.
E quando ele via um ser triste,
Mudava seu jeito, era ator.
Ia ao encontro desta figura,
Dava um salto, uma cambalhota
Ou até mesmo uma flor.
A conseqüência do sorrir
Era a retribuição repleta.
Pois naquela criatura pura,
- Do riso quase um poeta -
Que pintava mais de uma cor
Na sua triste face,
Ninguém percebia o disfarce:
Aquele homem-menino de alma colorida
Que, no palco desta vida,
Não recebia, dava amor.
Fez tanta gente sorrir,
Quando ele mesmo chorou.

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