Postagens

Um Amor (Emanuel Galvão)

Imagem
              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

NATAL DE UM PÁRIA (Pedro Onofre)

Imagem
- Mamãe, papai Noel é mesmo um bom velhinho? Se ele em verdade existe, assim como é falado, por que não se lembrou de mim, esse enjeitado que pra calçar não tem sequer um sapatinho? E aquela pobre mãe, cabelo em desalinho, o olhar busca esconder, tristonho e marejado do pranto que verteu. Encara com cuidado o filho, preocupada em demonstrar carinho. Tenta expulsar do rosto essa expressão sombria e num sussurro diz ao filho de repente: - Se acaso ele existisse, o que lhe pediria? E a criança ao responder-lhe, incrédula sorri. - Queria que me desse, mãe, como presente. na Noite de Natal, o pai que nunca vi. Este soneto consta do livro “Poesias completas de Pedro Onofre”, lançado dia 22 de dezembro. *Veja mais do autor aqui:  

VELHA MANJEDOURA (Luciano Barbosa)

Imagem
  Noite fria e escura; céu tão triste. Tanto silêncio: as ruas estão de luto, A lua e estrelas lançam um brilho bruto, Quase parece que o viver não existe. O vento nada tinha de contente. As árvores, quietas, pareciam mortas. Das casas quase não se vêem as portas Pela falta de luz em sua frente. Quanta paz, quanta treva, quanta esperança; Palhas amontoadas tornam-se leito, Tudo no mais sublime amor é feito, Para a chegada da Vida e da Bonança. Tão Rico, mas por nos amar, fez-se pobre; Por ser luz, foi melhor nascer nas trevas; Um Rei nascido sobre secas ervas; Velha manjedoura, que local tão nobre   Que rude local: escuro e de oculta ternura, Esquecido pelo riso, sujo e apertado. Meu coração é tão qual assemelhado, Espera essa Luz Eternamente pura. Copyright © 2001 by Luciano Barbosa All rights reserved. *veja mais do autor  aqui:

DO ARQUITETO AO ARQUITETO (Emanuel Galvão)

Imagem
“E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” João 14:3 Eu te chamei Niemeyer Porque “não é a linha reta, dura, inflexível Criada pelo homem” Que te atrai Mas as linhas sinuosas “Dos rios, das nuvens no céu, da mulher” As linhas que desafiam o impossível As linhas preferidas do meu Pai.

UM BEIJO PODE DIZER TUDO (Emanuel Galvão)

Imagem
Quero decifrar sua língua Não sua palavra Um beijo pode dizer tudo E mesmo assim As insidiosas palavras rompem o silêncio Trazendo à tona a fragilidade dos significados Enquanto eu quero saber Dos novos universos Que habitam o céu Da tua boca

FEITO UM HOMEM (Emanuel Galvão)

Imagem
Eu sempre o notava Solitário e sério. Às vezes um sorriso cínico. Não sei se me amava. - Seu jeito tão etéreo - Só sei que me fitava E me deixava nua Cada vez que me olhava.

'A CORAGEM' (Norman Vincent Peale)

Imagem
                 'Tenha menos receio e mais esperança; coma menos e mastigue mais; choramingue menos e respire mais; fale menos e diga mais; odeie menos, ame mais - e todas as coisas boas serão suas.” Repare que, nele, “tenha menos receio” encabeça a lista das coisas que devemos fazer se quisermos que tudo que é bom seja nosso. Nesta vida, a coragem é uma necessidade absoluta.'

A MORTE DEVAGAR (Martha Medeiros)

Imagem
              Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições. Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece. Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.