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Mostrando postagens de setembro, 2025

Vida Subjuntiva (Emanuel Galvão)

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Foto: Eduardo Matysiak / Futurapress / Folhapress E se essa rua fosse minha E se a gente brincasse E se a bola ninguém furasse E se nossa trave seu João não chutasse Se na pistola ninguém pegasse Se o policial no menino preto não atirasse   Se essa rua fosse minha E nela ninguém mandasse Parar, quando a gente passasse E os documentos mostrasse E nossa mão se levantasse E nossa voz não calasse   Se essa rua fosse minha E a gente se rebelasse Entendendo a luta de classe E da política analisasse Sua cruel e podre face E acabasse o disfarce Atacando quem atacasse A gente multiplicasse E por força desse repasse Toda opressão cessasse   E se essa rua fosse minha Não tua! Eu não morava na rua Eu não dormia na praça Não mostrava a pele nua Não vestia a minha desgraça   Ah! se você entendesse Se você percebesse Se se compadecesse E intercedesse E retrocedesse   Talvez meu mundo Não fosse tão im...

ANTESSOCIAL (Isaac Souto)

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  "Não há mais inocente,  tem esperto ao contrário".  Qualquer um pode ficar perturbado,  o além do além não é lugar. Mas onde há igualdade? Bonito é o que se fez e o que se faz  de feio nessa "incivilização".  Não cale, enfie o seu palavrão  no fundo de uma canção,  porque no meio do poço  há luz, muita luz e osso. "A chinela é minha comida"  A minha pobreza é nossa,  mas eu caio pra frente - descalçada e sobrevivida. Não sei nada de ambição,  às vezes, até o coração empenho,  noutras, ele é justo o que tenho  pra acolher tanta injustiça. Ontem à noite fui à missa,  pediram: ninguém que se revolte!  Eu disse:  Nasci discordando da vida,  não devo um centavo à morte! * À Dona Estamira, que disse: "Eu não concordo com a vida e muito mais. Copyright © 2025 by Isaac Souto All rights reserved. Dona Estamira, cujo nome de batismo era Estamira Gomes de Sousa, foi uma senhora que vi...