Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Jorge de Lima (Mírian Monte)

 

*

Lá vem o poeta Jorge de Lima

Acendendo os lampiões da minha verve

Apagando qualquer impulso ensoberbe

Pois não se concebe vaidade na rima


Lá vem o modernista Jorge de Lima

Secando lágrimas da pouca estima 

Inventando Orfeu e seu Oceano íntimo 

Tornando, um desgosto de amor, em algo ínfimo 


Lá vem o político Jorge de Lima

Com sua fábrica de anjos, a Mulher proletária, 

Fazendo do mundo do menino impossível 

Uma terra plausível e não imaginária


Lá vem o médico Jorge de Lima 

Dos Banguês, da Serra da Barriga

Forjado na melhor escola de medicina

Onde a pobreza, da riqueza, é amiga 


Lá vem o enigmático Jorge de Lima

Com seu cinematográfico Circo Místico

Com Lily Braun, um picadeiro holístico 

O sagrado e o profano num espetáculo artístico 


Lá vem o imortal Jorge de Lima 

Com sua União dos Palmares

Sua Negra Fulô, seu Xangô, sua democracia 

Lá vem o príncipe dos poetas com sua alagoana poesia


Copyright © 2023 by Mírian Monte
All rights reserved.

*Reetrato de Jorge de Lima por Portinari

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