Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Intervalo (Carlos Pronzato)

 


Te tomo da mão
Respiro teu aroma de metais
Ferrugem ou carmim
Tua boca é uma engrenagem frenética
De flores

Nosso intervalo é tão curto
Que as palavras voam
Como pregos cintilantes
Em rosas de cobre
Beijos martelados no alumínio
Dos teus lábios

A sirene interrompe
A brisa do pátio
E a paisagem do teu rosto

Nos devolve ao estrondo
À diária exploração
Do cartão de ponto.

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