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Mostrando postagens de junho, 2017

MEUS ESTIMADOS AMIGOS - DIA DO POETA (Emanuel Galvão)

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Para começar a semana Visitei meu amigo Mário Refiro-me ao Quintana E para meu poema  ficar danado de bom Parceria com Drummond Para ele não conter vícios Parceria com Vinicius E ser amigo do rei Nessa grande brincadeira Acompanhei Manuel Bandeira Também entre as pedras Cresceu minha poesia Cresceu com essa menina Grande Cora Coralina Poesia não precisa de motivo Basta ler em Ledo Ivo Quero iluminar de cima Acendendo lampiões Como fez Jorge de Lima Fazer um poema elegante Sofisticado, bacana Como faz o Afonso O Romano de Sant’anna Fazer poesia que arde Como faz Bruna Lombardi Não escrever coisa atoa Como fez Fernado Pessoa Fazer veros de quilate Como o Olavo Bilac Poema que seja casa Grande como uma mansão Como ergueu Gonzaga Leão Poema de morte e vida Severina vida sem teto Trabalhar no mesmo tema Faze grande o meu poema Como João Cabral de melo Neto Poema que a boca escarra E que escreve com a mão Que afaga e apedreja Sem flores e seus arranjos Como fez Augusto dos Anjos E na Can...

Luzes Matinais (Italmar Lamenha de Albertim)

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Vai a noite se escondendo pouco a pouco, Mas, deixando seu orvalho em cada flor, Em cada pétala imortal de toda cor, Que me tortura de saudade e deixa louco. Timidamente vem o sol e se apresenta, Cativando quem se dispõe a conhecê-lo, Seu calor energizante é todo zelo, E já amigo, ao fim do dia se ausenta. É assim com as pessoas que amamos, Quando a morte atroz nos priva do convívio; Seguem as flores que despencam dos seus ramos, Subitamente, como em busca de um alívio; Não mais partilham o mesmo ar que respiramos, Porém, são luzes matinais por quem oramos. Copyright © 2017 by Italmar Lamenha de Albertim All rights reserved. José Ferreira Galvão Neto e Emanuel Galvão

'A Pessoa Mais Importante Para Mim' (Marla de Queiroz)

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Um dia ouvi que eu era a pessoa mais importante para alguém. Na época, aquilo era essencial para mim: ser promovida pela reciprocidade. E o tempo, imperador dos destinos todos, desgastou os mármores, mas manteve intacto aquele amor: ele sobreviveu à relação finda. E eu perdera o meu alto cargo de importância para aquele alguém. Convalescente, mas em recuperação da suposta infelicidade de um ego magoado, tive que descobrir outra forma de amor: uma espécie rara que dá perenidade ao bem-estar e põe o ego em seu lugar. Eu me tornei a pessoa mais importante para mim. Quem poderia me tomar isto? O tempo? Hoje, as pessoas vão e vêm. Recebo-as, rejeito-as, tolero ou amo. A poesia não me tira os sentimentos vis, nem as doçuras de um ser humano. Um dia me chamaram de radical. Aceitei: só eu sei a importância que as coisas têm para mim e o propósito de mantê-las ou não na minha vida. Em outra ocasião, me chamaram de amorosa. Compreendi: pessoas amoráveis extraem o que tenho de melhor. Já me ...

Acordo Cordel (Emanuel Galvão)

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Se não podes julgar-me com equidade Se pensas que nasci com a maldade Negando-me teus braços ou tuas praças Se o que tens para mim são ameaças Se só sabes apontar-me o meu mal Reduzindo a maior idade penal Dezesseis, quinze, talvez dez -O melhor não seria a educação? Se não pode socorrer-me com tuas mãos Por favor não me pise com teus pés! Se erguer minha voz é mimimi É porque não estás disposto a ouvir Nosso grito abafado e secular E a teu ponto de vista macular Essa mãe, essa filha, irmã, amiga “Que por vezes fala, mas não briga”  Nossa voz é medida em decibéis? -“As mulheres a honrosa submissão”! Se não podes socorrer-me com tuas mãos Por favor não me pise com teus pés! Tu discutes, da minha pele o tom Se é preta, parda ou marrom E o mais claro é claro te apetece Não discutes, claro, o que acontece Do velado, costumeiro preconceito Que coloca na cor da pele o defeito E a rica discursão, num plano rés -Eu sou d...