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Mostrando postagens de maio, 2015

Minha Vó Maria Conga (Emanuel Galvão)

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 Minha vó Maria conga Sempre com um terço na mão Me ensinou uma oração Prá quebrar milonga Parecia uma canção Ela falava quimbunda Linguagem, lá da angola  Oração contra quebranto Trouxe com seu povo banto Pena que não se ensina na escola -“tu tens quebranto,  Dois te puseram, três hão de tirar.  De onde este mal veio  Para lá torne a voltar.  Mando embora esse quebranto Em nome das três pessoas da santíssima trindade  Que é o pai, o filho e o espírito santo. Lanço fora essa maldade  Ámem” “quem pode mais do que Deus?” - NIGUEM! Minha vó Maria conga me dizia: Quer de noite, quer de dia Tu “tem” um anjo, menino! Um exú, um anjo negro Que tem zelo e carinho Vai abrindo os teus caminhos Então reza! “santo anjo do senhor Meu zeloso guardador, Se a ti me confiou A piedade divina, Sempre me rege, Sempre me guarde, Me governe Me ilumine, amém E quem pode mais do que deus? NINGUEM! Copyright © 2024 by Emanuel Galvão All rights reserved.

Receita Para Lavar Palavra Suja (Viviane Mosé)

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 "Eu queria dizer uma coisa que eu não posso sair dizendo por aí.... É que eu tenho medo que as pessoas desequilibrem de si, que elas caiam delas mesmas quando eu disser. Eu descobri que a palavra não sabe o que diz.. A palavra delíra, a palavra diz qualquer coisa. A verdade é que a palavra nela mesma, em si própria não diz nada. Quem diz é o acordo estabelecido entre quem fala e quem ouve. Quando existe acordo existe comunicação. Quando esse acordo se quebra ninguém diz mais nada, mesmo usando as mesmas palavras....A palavra é uma roupa que a gente veste. Uns usam palavras curtas, outros usam roupas em excesso...existem os que jogam palavras fora, pior são os que usam em desalinho, uns usam palavras caras, outros ostentam palavras raras, tem quem nunca troca, tem quem usa dos outros. A maioria não sabe o que veste. Alguns sabem mas fingem que não, e tem quem nunca usa a roupa certa para a ocasião, tem os que se ajeitam bem com poucas peças, outros se enrolam em vocabulár...

'Uma Prece Orvalhada de Saudade' (Antônio Manoel Sá Cavalcanti)

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Por minha mãe uma prece orvalhada de saudade mesclada de gratidão, prece de ação de graças do fundo do coração. Por minha mãe uma prece cheia de santas lembranças, das cantigas de ninar, das rezas ensinadas, das estórias engraçadas das milagrosas meizinhas que me curavam e me davam nova vida. Por minha mãe uma prece com as palavras que vem da alma, e que como uma brisa me acalma e alimenta a esperança. Esperança que traz a certeza de um dia num reencontro, sentarmos a mesma mesa e fazermos uma refeição, quem sabe cantarmos uma canção e sorrindo como outrora, no alvorecer de nova aurora iniciarmos uma nova e eterna história. Antonietta sua prece quando nos despedíamos : " Vai meu filho, Deus na frente a Paz na guia, vai com Deus e a Virgem Maria!" E eu só dizia AMÉM!