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Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Primeira Lição (Lêdo Ivo)

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Na escola primária Ivo viu a uva e aprendeu a ler. Ao ficar rapaz Ivo viu a Eva e aprendeu a amar.

POR QUE ALAGOAS SANGRA? (Jeová Santana)

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ANPUH-AL (À memória dos 1.146 assassinatos até o fechamento deste poema) Porque não ouviu as chaleiras sonoras de Hermeto Pascoal Porque não sentiu os desgostos de filha de Djavan Porque não chorou com o mundo coberto de penas de Graciliano Ramos Porque não leu o cavalo de chamas que lia a mesma página de Jorge de Lima Porque não dividiu a solidão do morto e da lua de Jorge Cooper Porque não se espantou com os malabares concretos de Edgar Braga Porque não se irmanou à bruteza ternura de Jofre Soares Porque não ouviu o canto denúncia de Bye Bye Brasil de Cacá Diegues Porque não mergulhou no azul piscina de Carlos Moura Porque não atentou para os volteios atonais de Chau do Pife Porque não se ligou no pandeiro nega fulô de Rogério Dias Porque não deu lugar ao baticum solar de Carlos Bala Porque não compartilhou o amor aos loucos de Nise da Silveira Porque não sorriu com a siribobéia de Eliezer Setton Porque não percebeu a trilha gonzaguiana de Tião Marcolino Porqu

Se tu viesses ver-me hoje a tardinha (Florbela Espanca

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Se tu viesses ver-me hoje à tardinha, A essa hora dos mágicos cansaços, Quando a noite de manso se avizinha, E me prendesses toda nos teus braços...

Liberdade (Carlos Marighella)

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Não ficarei tão só no campo da arte, e, ânimo firme, sobranceiro e forte, tudo farei por ti para exaltar-te, serenamente, alheio à própria sorte. Para que eu possa um dia contemplar-te dominadora, em férvido transporte, direi que és bela e pura em toda parte, por maior risco em que essa audácia importe. Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma, que não exista força humana alguma que esta paixão embriagadora dome. E que eu por ti, se torturado for, possa feliz, indiferente à dor, morrer sorrindo a murmurar teu nome. São Paulo, Presídio Especial, 1939.

Barro Nosso de Cada Dia (Adriana Moraes)

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Barro nosso de cada dia... Seria assim que eu falaria do cotidiano. Desde que o Criador Supremo fez Sua obra divina e com um simples sopro nas narinas fez vida, O barro chamou-se poesia.

Ensinamento ( Adélia Prado )

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Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é.

'Eu Curto, Curtos' (Zema Silva Ferreira)

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Plantei felicidade em imensos  espaços vazios que me deste.  ... era a lua,  Tão majestosa - dona da noite,  A iluminar-me  Com seu sorriso.