Postagens

Um Amor (Emanuel Galvão)

Imagem
              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Tempo que foge! (Ricardo Gondim)

Imagem
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio. Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinária

Eu (Florbela Espanca)

Imagem
Eu sou a que no mundo anda perdida, Eu sou a que na vida não tem norte, Sou a irmã do Sonho, e desta sorte Sou a crucificada... a dolorida... Sombra de névoa ténue e esvaecida, E que o destino, amargo, triste e forte, Impele brutalmente para a morte! Alma de luto sempre incompreendida! Sou aquela que passa e ninguém vê... Sou a que chamam triste sem o ser... Sou a que chora sem saber porquê... Sou talvez a visão que Alguém sonhou, Alguém que veio ao mundo pra me ver E que nunca na vida me encontrou!

O Lado Quente do Ser (Antônio Cícero / Marina Lima)

Imagem
Eu gosto de ser mulher Sonhar arder de amor Desde que sou uma menina De ser feliz ou sofrer Com quem eu faça calor Esse querer me ilumina E eu não quero amor, nada de menos Dispense os jogos desses mais ou menos Pra que pequenos vícios Se o amor são fogos que se acendem sem artifícios Eu já quis ser bailarina São coisas que não esqueço E continuo ainda a sê-la Minha vida me alucina É como um filme que faço Mas faço melhor ainda do que as estrelas Então eu digo amor, chegue mais perto E prove ao certo qual é o meu sabor Ouça meu peito agora Venha compor uma trilha sonora para o amor Eu gosto de ser mulher Que mostra mais o que sente O lado quente do ser Que canta mais docemente

Ausência (Sophia de Mello Breyner)

Imagem
Num deserto sem água Numa noite sem lua Num país sem nome Ou numa terra nua

#Tuiteratura (Zema Silva Ferreira)

Imagem
  (Foto: Camila Pissaia/Sesc) #Resolvi ir caminhando pra casa. o mundo não é tão longe assim. #Entendia todos os sinais da economia, mas não os do coração. Infartou na Paulista. - Estes dois poemas foram incluídos na mostra Tuiteratura que aconteceu em São Paulo.

"Eu sei, mas não devia" (Marina Colasanti)

Imagem
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

Hino de Alagoas (Luiz Mesquita / Benedito Silva)

Imagem
Praia da Barra de São Miguel veja mais  aqui: Alagoas, estrela radiosa, Que refulge ao sorrir das manhãs, Da República és filha donosa, Maga Estrela entre estrelas irmãs.