O Beijo (Elsa Moreno)

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O Beijo de Gustav Klint (fragmento) Eu acho que os beijos são dados na boca porque é onde brotam as palavras. Se eu te beijasses a ponta dos dedos, estaria buscando uma carícia; se te beijasse a sola do sapato, estaria buscando um caminho. Se te beijasse as pálpebras enquanto dormes, estaria pedindo permissão para entrar nos teus sonhos, mas estou te beijando os lábios, porque quero ouvir minhas palavras saírem de ti, outra vez. Se te beijasse a planta dos pés, buscaria um passo em falso. Se te beijasse a parte interna do cotovelo, buscaria teus esconderijos. Se te beijasse a sombra, não saberia o que busco, mas estaria tão perto. Se te buscasse essa noite, beijaria cada estranho até te encontrar. Outra vez. Se eu te beijasse, seria como algo escorregadio sobre uma tela de carne que transborda e se espalha pelas vigas da minha casa. Subiria escorregadia por um muro, separando a pele da carne que se injeta em uma estrutura impessoal chamada nome. Estaria consumida antes mesmo de abrir ...

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Livro: Flor Atrevida - Poesias - 110p
Autor: Emanuel Galvão
Editora: Quadrioffice
Ano: 2007 

Valor: R$ 39,00 (Despesas de frete já inclusas)

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Fazer-se poeta e tornar-se poesia

Fazer-se poeta e tornar-se poesia, esses são os principais objetivos contidos no livro de Emanuel Galvão. Em cada poema seu, acredito, não é a mulher amada que precisa ser seduzida, mas a palavra revolta e insubordinada. Em diversos momentos para conquistá-la, domá-la o poeta convoca seus mestres e nos remete a um prazeroso diálogo entre amigos: só com poesia, se conquista a palavra. Aos poucos, com grande volúpia e talento, Emanuel envolve sua matéria, tornando-a sua amante, mostrando-nos suas essências e desnudando seus encantos. O poeta faz arte como quem faz amor: “Vício ou Ofício?”.
Dessa paixão ardente nascem os mais diversos poemas e em plena cumplicidade falam sobre as belezas e as mazelas da vida. O poeta e sua musa - a palavra - sabem que tudo é matéria para a poesia. Mas nós sabemos que, aqui, sem o poeta e sem a palavra, toda matéria seria vazia. A palavra foi seduzida pelo poeta ou foi o poeta seduzido pela palavra?


ANDRÉA PEREIRA MORAES
CRÍTICA LITERÁRIA
GRADUADA EM CIÊNCIAS SOCIAIS
MESTRE EM LITERATURA BRASILEIRA
DOUTORANDA EM LITERATURA BRASILEIRA
/UFAL

AO LEITOR.

Você, que certamente vai ler esse livro, cuidado!  Nele há uma magia, a magia das palavras que quando juntas, jogadas umas com as outras, nos rebocam para si.

Ler “Flor Atrevida” é como montar um pássaro e seguir seus passos levitando sobre a vida, sobre o amor, sobre a pureza da sensibilidade e dos sentidos das palavras. É estreitar uma relação de paixão e amasiamento com as  palavras.

Emanuel tem um jeito atrevido e singular de traduzir em palavras suasutil e sublime relação com o feminino; valorizando-o, enaltecendo-o, dando-lhe o estato de divindade, próprio da sensibilidade poética.

Ele busca também na figura feminina os elementos necessários para a materialidade de suas poesias e nos convoca a adentrar, a levitar, a contracenar com ele a beleza, a riqueza, a sutileza de suas palavras.
É, assim, caro leitor que “Flor Atrevida” convida você para fazer uma viagem no mundo mágico e imaginário da poesia.

                        Boa leitura.
                       
Ana Cristina de Oliveira Souza

Pedagoga e Mestre em Educação Brasileira





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