Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Toda Matéria (Mírian Monte)

Foto by: Maria Thereza Monte Borges de Souza

Pode a morte ser como as velas
Navegando o Mucuripe
Da canção que ora é festa
Com refrão que sempre é triste
Ou a flor da moça bela
Arremessada do arrecife
Para flutuar nas ondas
Com a fé que ainda existe

Pode a morte ser o gozo
Ou o beijo dos amantes
Pode a morte ser desgosto
De lembrar como era antes
Pode a morte ser o sonho
Que não se realizou
Pode ser o desconforto
Do medo e do desamor

Sinto a morte percorrendo
Minhas veias e artérias
E por isso tenho pressa
De viver toda matéria
E até que eu pereça
Provarei cada sabor
E quem sabe aconteça
O que dizem ser amor

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