MEUS ESTIMADOS AMIGOS - DIA DO POETA (Emanuel Galvão)

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Para começar a semana Visitei meu amigo Mário Refiro-me ao Quintana E para meu poema  ficar danado de bom Parceria com Drummond Para ele não conter vícios Parceria com Vinicius E ser amigo do rei Nessa grande brincadeira Acompanhei Manuel Bandeira Também entre as pedras Cresceu minha poesia Cresceu com essa menina Grande Cora Coralina Poesia não precisa de motivo Basta ler em Ledo Ivo Quero iluminar de cima Acendendo lampiões Como fez Jorge de Lima Fazer um poema elegante Sofisticado, bacana Como faz o Afonso O Romano de Sant’anna Fazer poesia que arde Como faz Bruna Lombardi Não escrever coisa atoa Como fez Fernado Pessoa Fazer veros de quilate Como o Olavo Bilac Poema que seja casa Grande como uma mansão Como ergueu Gonzaga Leão Poema de morte e vida Severina vida sem teto Trabalhar no mesmo tema Faze grande o meu poema Como João Cabral de melo Neto Poema que a boca escarra E que escreve com a mão Que afaga e apedreja Sem flores e seus arranjos Como fez Augusto dos Anjos E na Can...

Muitas Fugiam ao Me Ver… (Carolina Maria de Jesus)


Muitas fugiam ao me ver
Pensando que eu não percebia
Outras pediam pra ler
Os versos que eu escrevia

Era papel que eu catava
Para custear o meu viver
E no lixo eu encontrava livros para ler
Quantas coisas eu quiz fazer
Fui tolhida pelo preconceito
Se eu extinguir quero renascer
Num país que predomina o preto

Adeus! Adeus, eu vou morrer!
E deixo esses versos ao meu país
Se é que temos o direito de renascer
Quero um lugar, onde o preto é feliz.

– Carolina Maria de Jesus, em “Antologia pessoal”.
 (Organização José Carlos Sebe Bom Meihy). 
Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996.


“A vida é igual um livro. 
Só depois de ter lido é que sabemos o que encerra.
 E nós quando estamos no fim da vida é que sabemos
 como a nossa vida decorreu. A minha, até aqui, tem sido preta.
 Preta é a minha pele. Preto é o lugar onde eu moro.”

– Carolina Maria de Jesus, em “Quarto de despejo”.
 São Paulo: Francisco Alves, 1960, p. 160.



Carolina Maria de Jesus era uma anônima até o 
lançamento do seu primeiro livro, Quarto de Despejo. 
Publicado em agosto de 1960, a obra era uma reunião
de cerca de 20 diários escritos pela mulher negra, 
mãe solteira, pouco instruída e moradora da favela 
do Canindé (em São Paulo).

Quarto de Despejo foi um sucesso de vendas 
e de público porque lançou um olhar original 
da favela e sobre a favela.

Traduzido para treze idiomas, Carolina ganhou 
o mundo e e foi comentada por grandes nomes 
 da literatura brasileira como Manuel Bandeira, 
Raquel de Queiroz e Sérgio Milliet.

No Brasil, os exemplares de Quarto de 
Despejo alcançaram uma tiragem de mais 
de 100 mil livros vendidos em um ano.

Rebeca Fuks
Doutora em Estudos da Cultura 

Veja mais em: CULTURA GENIAL

*14 de março de 1914 (Sacramento - MG)
+13 de fevereiro de 1977 (São Paulo - SP)




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