Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

Imagem
Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Pontos Demarcados Para o Beijos (Emanuel Galvão)

Foto:  Waltembergue Rodrigues

Sinais são pontos demarcados para o beijo
Miro neles o meu desejo
Como se fossem alvos graciosos
Que em momentos ociosos
Meus lábios vão percorrer

Cada um tem sua beleza
Unto os lábios com delicadeza
Fito-os com doçura
E com aplicada destreza
Como que para aquecer
Sopro e os agasalho
Misto de maldade e ternura
Deliciosa tortura
Que te faz enlouquecer.

É sinal de intimidade
Beijar os mais escondidos
Os casos de raridade
De difícil acessibilidade
Onde o calor os conserva
Dos olhares cobiçosos
Desperta em quem os observa
Afagos mais cuidadosos
E também mais demorados
Como convém aos namorados.

Quando vi teu corpo cheio de sinais...
Fiquei um tanto extasiado.
Lindo! Não sabia onde mirar
Esse corpo feito para amar
Deleite dos apaixonados
Cheio de pontos, demarcados.
- Aos céticos alucinais! -
É preciso ver para crer
Um corpo que possa parecer
Um céu, único e estrelado.

Copyright © 2015 by Emanuel Galvão
All rights reserved.

- Do Livro Elogio ao Desejo & Outras Palavras - Editora QuadriOffice 2015, pg 32.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Essa Negra Fulô (Jorge de Lima)

BORBOLETAS (Mario Quintana)

Se Voltares (Rogaciano Leite)

ESCUTATÓRIA (Rubem Alves)

Antepasto (Antônio Miranda)

Gritaram-me Negra (Victoria Santa Cruz)