Vida Subjuntiva (Emanuel Galvão)

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Foto: Eduardo Matysiak / Futurapress / Folhapress E se essa rua fosse minha E se a gente brincasse E se a bola ninguém furasse E se nossa trave seu João não chutasse Se na pistola ninguém pegasse Se o policial no menino preto não atirasse   Se essa rua fosse minha E nela ninguém mandasse Parar, quando a gente passasse E os documentos mostrasse E nossa mão se levantasse E nossa voz não calasse   Se essa rua fosse minha E a gente se rebelasse Entendendo a luta de classe E da política analisasse Sua cruel e podre face E acabasse o disfarce Atacando quem atacasse A gente multiplicasse E por força desse repasse Toda opressão cessasse   E se essa rua fosse minha Não tua! Eu não morava na rua Eu não dormia na praça Não mostrava a pele nua Não vestia a minha desgraça   Ah! se você entendesse Se você percebesse Se se compadecesse E intercedesse E retrocedesse   Talvez meu mundo Não fosse tão im...

Os Pés no Chão (Emanuel Galvão)




Sabe seu moço, eu aprendi uma palavra nova.
Uma palavra da moda, pra se falar de democracia.
Tem a ver com falsidade, essa tal de hipocrisia.
Serve para o poder prender gente sem prova,

Mas deve ter alguma outra serventia:
Tirar de circulação o que os “home” desaprova,
Prejudicar quem já está com o pé na cova,
Silenciar, quem sabe, alguma teimosia.

Seu moço eu sou pessoa simples, “ignorante”,
Mas, não vivo num mundo de fantasia.
Quero lançar também meu grito retumbante!

Sabe os de luta? Pertenço a essa categoria.
Sou talvez um pé na cova com pés no chão.
Seu moço, os oprimidos fazem a revolução.


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