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Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Se Voltares (Rogaciano Leite)

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Como sândalo humilde que perfuma O ferro do machado que lhe corta, Eu hei de ter minha alma sempre morta Mas não me vingarei de coisa alguma. Se voltares um dia à minha porta, Tangida pela fome e pela bruma, Em vez da ingratidão, que desconforta, Terás um leito sobre um chão de pluma.

Ai Que Saudade D'ocê (Vital Farias)

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Não se admire se um dia Um beija-flor invadir A porta da tua casa Te der um beijo e partir Fui eu que mandei o beijo Que é pra matar meu desejo Faz tempo que eu não te vejo Ai que saudade de ocê

'Manhã' (Otávio Cabral)

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* Dedicado ao poeta Sidney Wanderley: Não adianta insistir Se a torneira está fechada De que serve o poema ao homem Se lhe sobra a palavra fome E lhe falta a palavra vida?

A Natureza Das Coisas (Accioly Neto)

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Se avexe não... Amanhã pode acontecer tudo Inclusive nada. Se avexe não... A lagarta rasteja Até o dia em que cria asas.

“A mãe será capaz de se esquecer, ou deixar de amar algum dos filhos que gerou?” (Adriana Moraes)

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       Acordei meio mexida e carecia de escrever, é que escrevendo, organizo a minha dor... Bem de mansinho ela me chamou e disse: - Ei mulher, me ajude aqui. Eu não me lembro como é que faz pra fechar a porta. Como é, usa a chave? Ao ouvir essa sentença, me levantei, fui até a porta, mostrei como colocar a chave na fechadura e voltei tão atônita. Essa ação tão simples, que qualquer um sabe fazer, ela já não sabe. Quando fui deitar, tentei me lembrar de algumas coisas que ela me ensinou ao longo da vida. Com ela aprendi a falar (e falar muito), a caminhar, a usar os talheres, a dizer as palavras mágicas. Lembrei-me exatamente do quanto eu a achava incrível fazendo coisas bobas como comprar peixe (ela sabia bem escolher), a capacidade de pechinchar, cálculos matemáticos mentais. “Não conte sua vida para quem não é feliz”, ela me disse mais de uma vez. No meio desse turbilhão de pensamentos, recordei de uma postagem no Facebook que dizia “Mãe deveria ser eterna”. Perdoem-me os que