Postagens

Um Amor (Emanuel Galvão)

Imagem
              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

'O Medo do Amor' (Marla de Queiroz)

Imagem
Eu não tenho medo do amor. Eu tenho medo é de amar quem tem medo dele. Amar quem teme o amor é como se apaixonar por uma sucessão de desistências. É como viver apenas a possibilidade de algo, mas com a sensação de que ela nunca se estabelecerá. É ficar intranqüilo não com o amanhã, mas com os próximos minutos.

Natal Nordestino (Eliezer Setton)

Imagem
Eu pensei que todo mundo Sem primeiro nem segundo Fosse filho de Papai-do-Céu Eu pensei de brincadeira Numa vida de primeira Onde eu tenha o que eu queira De verdade em vez de no papel

Velha manjedoura (Luciano Barbosa)

Imagem
  Noite fria e escura; céu tão triste. Tanto silêncio: as ruas estão de luto, A lua e estrelas lançam um brilho bruto, Quase parece que o viver não existe.

O Caminho Branco (Lêdo Ivo)

Imagem
Lêdo Ivo (1924 – 2012) Vou por um caminho branco Viajo sem levar nada. Minhas mãos estão vazias. Minha boca está calada. Vou só com o meu silêncio e a minha madrugada. Não escuto, entre os barrancos, a voz do galo estridente que, na treva do terreiro, anuncia as alvoradas. Nem mesmo escuto a minha alma: não sei se ela vai dormindo ou me acompanha acordada, se ela é vento ou se ela é cinza ou nuvem rubra raiante no dia que se levanta como vela desdobrada em nave que corta as vagas. Não sei nem mesmo se é alma ou apenas sal de lágrimas.

Uma Paixão Sedutora (Socorro Monteiro)

Imagem
Um dia um homem apaixonado por uma arte me contaminou com o vírus da sedução das imagens com a mesma avidez do poeta que atrai pela palavra. E como a terra que faz nascer a semente nas suas entranhas, ele fez germinar dentro de mim o interesse de viajar no mundo do cinema.