Postagens

Um Amor (Emanuel Galvão)

Imagem
              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

Bote Tempo (Eliezer Setton)

Imagem
E bote tempo que eu não sei dormir E bote tempo que eu não sei sonhar E bote tempo que eu não sei sorrir E bote tempo que eu só sei chorar E bote tempo que eu não tenho aonde ir E bote tempo que eu não sei pra onde voltar E bote tempo que eu só sei o que é sofrer E bote tempo nisso que ninguém me quer

Soneto dos Vinte Anos (Lêdo Ivo)

Imagem
Que o tempo passe, vendo-me ficar no lugar em que estou, sentindo a vida nascer em mim, sempre desconhecida de mim, que a procurei sem a encontrar.

Tempo e Movimento (Cavalcanti Barros)

Imagem
Viajor-comando, faz-me o pensamento. No sideral levito espaço em fora. Além postado, o conhecer, embora, em vão me ajude o parco entendimento.

Você (Jayme de Altavila)

Imagem
Você resume tudo o que sonhei na vida: Glória, beleza, amor, domínio, perfeição. Tudo o que persegui numa doida corrida, Tudo que me fugiu ao alcance da mão.

A Poesia Tem Seus Mistérios... (Bruna Lombardi)

Imagem
(...) A poesia tem seus mistérios e um jeito sorrateiro de vencer o tempo e chegar às pessoas. A poesia entra em quartos solitários e acompanha quem sente que não pertence, quem tem dúvidas, quem chora em travesseiros, quem erra, quem acerta, quem procura. A poesia é extraordinariamente generosa. A poesia entra clandestina onde alguém precisa dela e só faz bem.(...)

A Casa (Vinícius de Moraes)

Imagem
Era uma casa muito engraçada Não tinha teto, não tinha nada Ninguém podia entrar nela, não Porque na casa não tinha chão

Ausência (Vinicius de Moraes)

Imagem
Rio de Janeiro Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto. No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.