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Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

QUEM SABE ISSO QUER DIZER AMOR (Lô Borges , Márcio Borges)

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Cheguei a tempo de te ver acordar Eu vim correndo à frente do sol Abri a porta e antes de entrar Revi a vida inteira

AO TOCAR SEUS LÁBIOS... (Basílio Giordi)

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“Ao tocar seus lábios O tempo não só parou...

O SERTÃO TEM SEUS ENCANTOS (Socorro Monteiro)

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Foto: Socorro Monteiro Povo na beira da estrada, casa branquinha caiada, na porta a inscrição: deus proteja essa casa e não deixe faltar nada   nem comida nem remédio e livre nóis do inferno da fome da sequidão Menino só de calção, sem camisa e sem chapéu   caminha pelas estradas com uma peteca na mão a cara toda rajada, sem se preocupar com nada,   buchudo de pé no chão, Um burrinho carregado, pelo dono açoitado nas costas o suor se espalha,   e na agonia do caminho vai xotando com o velhinho   bem no meio da cangalha No caminho tem uma cerca, mais na frente uma cancela, pra poder chegar no rio, tem que se passar por ela lá está a lavadeira, com a roupa toda molhada,   dá até pra vê suas curvas bem de longe da estrada Ao longe se ouve chocalho, tocando na capoeira,   acompanhado de berros se aproxima a cabroeira   são bodes, ovelhas, cabras   que veem em busca da água e começa a bebedeira. Quem passar pelo sertão vai vê doutor muito mais:   vai vê cr

MINHA MULHER NÃO É FURACÃO (Fabrício Carpinejar)

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Adriana Galvão - Foto: Emanuel Galvão Você não é um furacão. Trata-se de uma cilada masculina. Não aceite ser nomeada desse jeito. Representa um falso cumprimento. Todo homem diz que a mulher é um furacão como projeção: é o que ele deseja da companhia, não é o que ela é. Pode soar sedutor, pode sugerir passionalidade, pode sugerir fogo e charme, porém é uma armadilha. Sua intenção não é boa. Furacão não é convidado. Furacão passa rápido. Furacão é somente sexo. Furacão é pressa. Furacão não tem endereço, nem infância. Furacão destrói lares, arrebenta relacionamentos. Furacão não chora, não se arrepende de colecionar vítimas. Furacão não pergunta duas vezes. Furacão não volta, não cria raízes, não se despede. Furacão é triste, solitário, assim como vulcão. Furacão é vazio, repetitivo, rancoroso. Furacão não deixa bilhetes, não tem recaídas. Chamar uma mulher de furacão é uma forma machista de s

A VOZ DO SOLO (Italmar Lamenha de Albertim)

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Queima sol, Esse chão sofredor; Sopra vento, Pra aliviar minha dor. Já não sei a que vim, Se nada produzo ou crio... Será castigo pra mim, Ou apenas desafio? Não chores tanto menina, Não tenhas mágoa de mim; Tua vaquinha morreu? Foi Deus quem quis assim. Não tenho culpa da fome Que matou tua malhada; A árvore também está triste, Porque está desfolhada. Se matar a minha sede Tua lágrima pudesse, Viveria na fartura Quem tanto hoje padece. Vamos ter fé no Pai Que criou o universo; Que Ele entenda e perdoe O meu desabafo em verso. Copyright © 2013 by Italmar Lamenha de Albertin All rights reserved.